Depoimentos e Entrevistas


Com Élide Fogolari, fsp, 
Assessora da Comissão Episcopal para a Comunicação, da CNBB. 

Na última Assembleia Geral da CNBB, os bispos aprovaram a criação da Comissão Episcopal para a Comunicação Social. O que faz essa Comissão?

Após longa reflexão e articulação na Igreja do Brasil, o Setor de comunicação da CNBB obteve durante a 49ª Assembleia Geral dos Bispos no Brasil a aprovação da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação. Foi um conquista significativa para toda a Igreja no Brasil. O momento é histórico e foi significativo, porque os bispos entenderam  que toda a ação pastoral da igreja deve adequar-se às exigências da nova cultura midiática e dos processos de comunicação. Para os bispos esta adequação à nova cultura gerada pelas novas tecnologias deverá contemplar todas as dimensões da vida eclesial. E esta é a meta de todos os que estão comprometidos com a comunicação da Igreja no Brasil. Por enquanto estamos convocando as pessoas que irão fazer parte da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação. Já agendamos a primeira reunião do grupo para dialogarmos, refletirmos e realizarmos o projeto da Comissão. Esperamos que em breve, este projeto se estenda a outros grupos, sobretudo os coordenadores Regionais da Pascom para que  possam contribuir com reflexões e acrescentar as experiências do seu cotidiano para que  a comunicação da Igreja no Brasil se constitua referencial e suporte para toda a ação pastoral.

Os Mutirões de Comunicação são, hoje, uma realidade na Igreja Católica, no Brasil. Qual a importância desse tipo evento para a Igreja e, especialmente, para a Pastoral da Comunicação?

Os Mutirões são momentos de encontro, partilha, reflexão, sobretudo para aqueles que estão atuando com a Comunicação na Igreja do Brasil. É também para muitos que desejam dedicar  seu tempo  para anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo e que ainda não tiveram a oportunidade de perceber que a comunicação é uma ação pastoral que permeia todas as demais pastorais.Nos Mutirões de Comunicação, tanto Nacionais quanto, Regionais, Diocesanos e paroquiais, percebe-se nos corredores muita riqueza de experiências sendo partilhadas. Estes momentos vêm fortalecer, animar e incentivar a todos, porque a caminhada de um é possível para o outro. Sem ignorar as exposições de temas importantes de que vem alicerçar o cotidiano da nossa ação pastoral.
Estes eventos são indispensáveis para renovar a caminhada da igreja enquanto proposta de uma cultura da comunicação na Igreja.

Como a senhora define, hoje, a ação da Pastoral da Comunicação, na Igreja?

Ela vem se consolidando de forma criativa em toda a Igreja no Brasil. Percebo isto, quando dialogo com os bispos, leigos, religiosos e religiosas, porque expressam apoio e desejo de que a comunicação seja a força e permeie toda a ação pastoral. Isto vem confirmar quando recebo informações que muitos Regionais, Dioceses e Paróquias provocaram um dia de estudo do documento da CNBB, número 101 “A comunicação na vida e missão da Igreja no Brasil”, publicado em janeiro deste ano. Estas informações confirmam que a Igreja no Brasil está preocupada com a Pastoral da comunicação. E esta preocupação é sinal de vida porque representa o primeiro degrau da compreensão do que sejam as relações de comunicação na compreensão evangélica.

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Com Nill Júnior
Gerente de Programação da Rádio Pajeú de 
Educação Popular (Afogados da Ingazeira-PE)

 
O rádio, há décadas, é um meio de comunicação massivo. Hoje, em plena era digital, você acredita que o rádio ainda tem espaço na vida das pessoas?
 
A era digital, ao contrário do que muitos imaginavam, contribuiu com o rádio de forma fantástica. O acesso á informação com a agilidade da internet e a disponibilidade do sinal da rádio on line incrementaram o universo do rádio. A tecnologia também favoreceu a ampliação das possibilidades para ouvir rádio no carro, na caminhada no banheiro. E o mais importante, não perdeu espaço no coração das pessoas. É disparadamente o meio de comunicação mais querido entre as pessoas.
Entre os variados meios de comunicação, como você define o “rádio”?

É o veículo mais próximo das pessoas. É o que informa primeiro e também o que mais oportuniza a participação da sociedade. Tente buscar espaço para falar sobre qualquer tema que considere importante em todos os veículos, rádio, tv, Internet. Com certeza, você vai conseguir falar no rádio. É também o mais ágil na prestação de serviço à população. Nos atentados do World Trade Center em 2001 ou no recente apagão no Nordeste, quem cumpriu o papel de informar o que aconteceu e orientar as pessoas foi o bom e velho radinho de pilha.
Que conselho você dá aos produtores e apresentadores de programas radiofônicos religiosos?

O principal desafio no meio é a profissionalização dos programas. É clássico nos programas religiosos o agente de pastoral ser "escalado" direto para apresentação do programa. Não há formação, capacitação, orientação. Ele entende da pastoral, conhece e domina o conteúdo, mas não foi formado para passá-lo da melhor forma. Acaba sendo culpado sem ter culpa. E rádio é coisa séria. Um programa mal feito pode comprometer todo um trabalho. Tem que ter roteiro, músicas bem selecionadas, conteúdo bem produzido, reunião de pauta, tudo que qualquer bom programa precisa para ser bem feito. Assim, a mensagem chega fácil e contribui para a missão de Igreja.
Que recado você deixa para as pessoas que participarão do 4º Mutirão Regional de Comunicação?

Participem com intensidade, com paixão! Comunicação e paixão são palavras que andam abraçadas. Uma não funciona sem a outra. No mais, teremos mais um maravilhoso Mutirão e, desta vez, na bela Maceió! Nos encontraremos lá, se Deus quiser!

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Com Marcos Filipe,
Jornalista, membro do grupo de pesquisa mídia e religião da UFAL, catequista, membro da coordenação arquidiocesana de catequese, escritor do jornal O Semeador e do Portal da Arquidiocese Maceió.


Como tornar a catequese “atrativa” aos olhos das crianças e adolescentes, neste mundo de tantas novidades tecnológicas?

Lembremos de Jesus e as suas pregações há dois mil anos. Ele sempre retirava elementos do povo para falar da Boa Nova do Reino de Deus. Na atual cultura da tecnologia, devemos aproveitar esses elementos no ensinamento da Fé. Crianças e jovens vivem conectados 24 horas em seus computadores, celulares, iPods e televisão. Aí se encontrava a chave da pergunta. Como a Catequese pode aproveitar esses meios? Respondo: blogs, palestras e programas em aúdio para celulares ou em CDs, pequenos vídeos em sites como o Youtube, textos enviados por emails, etc.
Na realidade brasileira, principalmente a nordestina, sabemos que muitos não tem acesso a essas coisas em casa, mas sempre que podem vão a lan-houses e se conectam com o mundo.
Outra forma que não podemos esquecer é a televisão e a sua era digital. Por isso, as emissoras católicas devem pedir auxílio as coordenações de Catequese e juntos pensar em programas e conteúdos. Afinal, temos uma geração exigente e que zela pela qualidade.

É possível utilizar as modernas ferramentas da comunicação na catequese, sem perder a essência da doutrina cristã?

Sim. O conteúdo da Catequese é único: Jesus e o seu segmento. A mudança está no formato em que esse conteúdo será transmitido. Jesus utilizava a fala, Paulo o papel e hoje temos os computadores, as televisões e os celulares.
Em um exemplo simples é como se fossemos falar o mesmo assunto para uma pessoa com deficiência visual e outra auditiva. Com a primeira usaríamos a fala ou talvez o braile, já com a segunda os sinais de libras ou a escrita visual. Em ambas falamos a mesma coisa, mas cada uma recebeu de uma forma diferente.
É isso que devemos ter em mente: a doutrina é única. O nosso objetivo é transmiti-la da melhor forma para que o outro a compreenda.

Você vai assessorar a Oficina de “Catequese Digital”. Como você define este termo “Catequese digital”?

Para entender de forma simples o termo "digital" significa a transmissão em formato de dados. Muitas pessoas assimilam o termo de forma instantânea aos computadores. Contudo, sabemos que existem as máquinas de fotografia digitais, os celulares são digitais, o cd e DVD possuem tecnologia digital, etc. Então a Catequese digital é o ensinamento da fé e da doutrina nesses meios de comunicação. Aproveitá-los para evangelizar.

Que recado você deixa para as pessoas que participarão do 4º Mutirão Regional de Comunicação, especialmente para os que vão participar da Oficina de “Catequese Digital”?

Entre muitos conceitos que o termo Catequese possui, também podemos conceituá-la como a "o processo de comunicação da fé". Então, somos evangelizadores porque comunicamos Cristo e se o comunicamos também somos catequistas.
Todos sejam bem vindos à nossa cidade. E que possamos juntos encontrar luzes nessa nova realidade da Igreja. Louvemos a Deus por todas essas realizações do nosso regional.

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Com o Padre Héliton Marconi, mestre em Comunicação Social e administrador da paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, Cruzeta-RN.

Que relação existe entre a liturgia e a comunicação?

Existe antes de tudo uma relação conceitual, isto é, ambas expressam interação, participação, significação, partilha e ação. A Liturgia é a comunicação do mistério divino e da ação do povo. A comunicação é a ação do ser humano que procura expressar o mistério da linguagem. Deste modo, tanto a liturgia quanto a comunicação são processos rituais que dão significados à nossa existência corporal e espiritual. Liturgia e comunicação caminham lado a lado.

Dá para celebrar a liturgia, transmiti-la pelo rádio, pela TV ou pela internet, de modo que o ouvinte, o telespectador ou o internauta possa participar verdadeiramente?

Primeiramente, é importante recordar que as celebrações litúrgicas transmitidas pela TV/Radio ou pela Internet tem um público preciso que são os enfermos e as pessoas impossibilitadas – por um motivo relevante - de participar da Santa Missa na comunidade. É perceptivo também que participar da Santa Missa com a comunidade de irmãos e irmãos, cantando, louvando e interagindo com toda a assembleia e o presidente da celebração é diferente de estar diante um meio de comunicação estático.
Todavia, entendo que é possível ter uma experiência com Deus e com a comunidade através da mídia. Pois a liturgia através mídia pode ser um canal da graça de Deus, de modo que, àqueles que acompanham em casa podem fazer esta experiência na sua própria comunidade paroquial. Mas para isso aconteça, os responsáveis pelas liturgias através da mídia tem que motivá-los e incentivá-los a tal experiência eclesial.

Como melhor preparar, organizar e harmonizar o espaço litúrgico e o espaço midiático tendo em vista as suas linguagens e os seus elementos?

Somos como um homem que maneja em seu barco dois remos chamados comunicação e liturgia. Quando tenta remar com apenas um deles, o barco fica rodando em círculos e não sai do lugar. Entretanto, a partir do instante em que equilibra os dois em movimentos sincronizados, consegue remar com eficiência e chegar ao objetivo desejado. Sendo assim, o primeiro passo é buscar o conhecimento da liturgia, suas normas, orientações e linguagens, assim como o conhecimento dos elementos da comunicação. Apropriando-se desses conhecimentos é possível realizar a evangelização com novo método e novo ardor missionário.

Que recado o senhor deixa para as pessoas que participarão do 4º Mutirão Regional de Comunicação?

Evangelizar através da mídia é criar comunidades de Amor que irradiem a Boa Nova que Cristo viveu e proclamou. Sejam animadores e testemunhas – na mídia ou na comunidade – deste Amor incondicional.



Diácono José Bezerra de Araújo
Da coordenação da Pastoral da Comunicação
Arquidiocese de Natal - RN
Para mim, a participação como integrante da equipe organizadora do 2º Mutirão Regional de Comunicação, realizado em outubro de 2007, em Natal, foi um processo de aprendizagem, com muitos aspectos interessantes: aprendemos a trabalhar em equipe, a divergir sadiamente, a conviver com o diferente, a superar o cansaço da trabalheira... Porém, o melhor de tudo, é a satisfação de ver “a coisa acontecer”, ou seja, as pessoas chegando, animadas e na expectativa de encontrar “algo novo”. Outra coisa interessante: para quem organiza, o Mutirão acontece a partir da primeira reunião. É uma construção coletiva, cujo auge ocorre nos dias do evento. Por isso, faço um convite: vá ao 4º Mutirão! Ele é o resultado do trabalho de muitas cabeças, mãos e pés.


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José Wandemberg - Dedé
Coordenador da PASCOM / Diocese de Cajazeiras - PB)

O 4º MUTICOM do nosso Regional será um momento de grande aprendizado para todos nós. Será uma oportunidade impar que teremos para nos encontrarmos e partilhar as experiências que estão sendo desenvolvidas nas nossas dioceses. Nós, da Diocese de Cajazeiras – PB, estamos nos organizando para ir toda a Equipe Diocesana da PASCOM. Articulem também as suas equipes e não percam o 4º MUTICOM que, com certeza, serão dias muito agradáveis e de grande valia para nós que lidamos com estes novos meios de evangelização.
Vamos nos encontrar  em Maceió,  no 4º MUTICOM. Não faltem!
Abraço fraterno,

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Sandra Virgínia
Articuladora da Província de Pernambuco
Pascom - Arquidiocese de Olinda e Recife.

Olá, todos os comunicadores e comunicadoras do Regional NE2, em nossa Arquidiocese de Olinda e Recife, estamos muito animados para o 4º mutirão de comunicação deste ano, que será realizado em Maceió.
Já estamos nos mobilizando nos nossos 5 vicariatos e os coordenadores da Pascom já estão divulgando as oficinas e seminários! já temos muita gente animada para estar presente e participar. O material enviado pela equipe de Maceió as dioceses, certamente dão um impulso à preparação!
Será um momento muito importante para pensarmos a comunicação nessa era digital, e nos mobilizarmos para uma evangelização eficaz, comprometida e mais profissional, nos diversos campos de nossa atuação!
Vamos marcar presença, e construirmos juntos um mutirão com "a cara do Nordeste!" animado e com a presença de todas as dioceses do nosso regional.
Abraço e até lá!

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Márcia Marques
Coordenadora da Pascom
Diocese de Campina Grande

 A Diocese de Campina Grande está animada e se preparando para participar do IV Muticom. Estamos organizando nossos agentes com o “Pacote Muticom” para conseguirmos levar um grande número de pessoas. Entendemos que este momento de formação vai muito além de treinamentos técnicos, ela inclui uma troca de experiências e uma vivência fraterna que são essenciais para a vida pastoral.
Estamos juntos na organização, divulgação e, mais importante, na oração!
Até outubro, em Maceió!

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Cacilda Medeiros
Articuladora da Pastoral da Comunicação
Regional Nordeste 2

A Pastoral da Comunicação do Regional Nordeste 2 vive, desde o final do ano passado, o 4º Mutirão Regional de Comunicação. Vive, desde o ano passado? Isto mesmo!  O Mutirão começou a acontecer no mês de outubro de 2010, durante o encontro regional da Pascom, em Recife. Uma parte da pauta foi destinada ao planejamento do 4º Muticom. Ali, o Mutirão já começou a existir.
E o Mutirão continua a acontecer durante todo o decorrer deste ano. Mensalmente, os coordenadores diocesanos da Pascom se reúnem virtualmente, via MSN. Em todas as reuniões, o principal assunto é o 4º Mutirão Regional de Comunicação. A comunicação faz acontecer o Mutirão. É a ideia de um que se junta a ideia do outro. É a turma da Pascom de Maceió trabalho, organizando, buscando patrocínios, divulgando.... São as equipes diocesanas mobilizando agentes da Pascom, comunicadores populares, profissionais e estudantes da Comunicação Social. É a equipe de articulação regional junto com a equipe de Maceió fazendo contatos com assessores.... Tudo isto é o Mutirão acontecendo!
       Esta caminhada culminará em Maceió, capital das alagoas, nos dias 28, 29 e 30 de outubro deste ano. Será o grande encontro da comunicação, no Regional Nordeste 2,  que proporcionará conhecimento, troca de experiências e laços de amizade.